segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

Calvinismo Proíbe (!!!) Certeza De Salvação Eterna?!!!

Calvinismo Proíbe (!!!) Certeza De Salvação Eterna?!!!




Hélio de Menezes Silva, maio.2017




a) O próprio Calvino, em seu testamento redigido pouco antes de sua morte,
me parece demonstrar que de modo nenhum tinha certeza de que já tinha assegurada sua eterna salvação, ou certeza de que viria a ter salvação eterna (http://reformed.org/calvinism/index.html?mainframe=/calvinism/calvin_will.html)?
"Eu humildemente imploro dEle [de Deus] que me conceda vir a ser [no futuro] tão lavado e purificado pelo sangue do soberano Redentor, estabelecido para os pecados da raça humana, que me venha a ser permitido estar diante de Seu tribunal [para ser julgado] na imagem do próprio Redentor." (grifos e colchetes de Hélio).

b) muitos outros calvinistas que encontrei na vida também estão longe de ter tal certeza absoluta, portanto, se eles não ignoram o assunto (e não deviam fazer isso), então vivem em constante dúvida, temor e inquietude (como os puritanos, que viviam diariamente apavorados com superstições e pavor de perderem a salvação se morressem fora da máxima santificação). Veem a declaração da C.F.Westminster como estabelecendo que eles somente poderão ter absoluta certeza de salvação no minuto final de suas vidas, se eles puderem pesar tudo e concluírem que perseveraram de forma "suficientemente perfeita" e, naquele instante final, estão sem nenhum pecado "muitíssimo grave" (o que é subjetivo) e do qual não se arrependeram completamente e não pediram perdão, e o abandonaram, e fizeram toda reparação possível. Portanto, pelo menos uma significativa parte dos calvinistas não pode ter certeza total hoje, pois pensam que o sinal final se foram (ou não) verdadeiramente eleitos será o grau de perseverança DELES MESMO, pesado no dia final deles.

c) AP, foi um dos mais doces e espiritualmente profundos rapazinhos de 12 anos que conheci na IBFundamentalista-CampinaGrande. Nos cultos de oração toda a igreja se dividia em grupos de 3 ou 4 pessoas. Quando calhava de ele estar no grupo em que eu também estava, eu ficava comovido com as suas fé e orações simples e profundas. Mesmo um pouco calado e tímido, ele era um dos melhores amigos dos meus dois filhos homens, e de vez em quando ia lá em casa. Aos 18 anos, ele começou a ter que tomar remédios controlados. Numa crise durante um final de semana, transtornado, fugiu de casa, subiu ao mais alto prédio em construção e suicidou-se. Nós o enterramos como crente, o pastor pregou uma mensagem agradecendo pela vida dele e tendo-o como crente. Todos os carolas católicos romanos, e os calvinistas da cidade, passaram semanas não tendo outro assunto senão odiar e criticar o pastor, dizer que AP não tinha chances de ter sido salvo, de modo nenhum.

d) O pai de PHC, um amigo meu, nos USA, trabalhava como motorista numa transportadora com muitas dezenas de motoristas (de caminhões e carretas,) quase todos eles sendo crentes. O dono era um crente calvinista, muito dedicado, todos os dias bem cedo, quando já tinham batido o ponto e já estavam ganhando salários, ele juntava todos os seus empregados, e fazia uma rápida meditação e oração. Um dia ele chegou muito abalado por um pesadelo, onde tinha visto um estranho, um crente fiel e de muitos frutos, ter caído num horrível pecado e, antes de poder se arrepender, ter morte instantânea num acidente, e o dono chorava copiosamente, dizendo mais ou menos, "que desgraça horrível, ter dado tão maravilhoso testemunho, ganho tantas almas para Cristo, mas no fim provar que nunca tinha sido eleito! Que desgraça mais horrível!" O pai do meu amigo não se conteve e tomou o microfone e repreendeu o patrão e disse que isso era impossível, o morto teria perdido galardões e coroas, mas não Sua salvação, exatamente como poderia ter acontecido com o incestuoso de 1Co 5. E usou outros versos.

Só estou usando estes fatos para mostrar que há calvinistas (não sei se a maioria ou a minoria) que não tem certeza de salvação.

Agora, vejamos quem prova que calvinistas são impedidos de ter certeza, ainda aqui sobre a terra, de que não podem perder a eterna salvação:



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http://evangelicalarminians.org/arminius-vs-calvin-on-assurance-of-salvation-and-perseverance/
[não sou arminiano e não subscrevo o autor em tudo, mas concordo com a parte que traduzi e adaptei deste seu artigo]
...

Poderia parecer que a doutrina de Calvino de incondicionais eleição e predestinação garantiria que, a uma pessoa [com certeza de] ter sido incondicionalmente eleita para a salvação desde antes da criação do mundo, seria automaticamente garantida a salvação final. Isso, no entanto, não é o caso. É significativo ter em mente que, no calvinismo, a uma pessoa ... é concedida ou dada [como um presente] fé em Jesus Cristo logo depois que ela é regenerada por Deus [arrependimento e fé são presentes dados em consequência da regeneração- salvação]. Essa experiência [de ser tornada uma nova criatura] é algo que acontece na ausência de qualquer vontade do destinatário. Uma pessoa é mudada de não-regenerada para regenerada, e de incrédula para crente, na ausência de qualquer pensamento ou movimento de si mesma. E, uma vez que esta graça foi dada por Deus, também é direito dEle retomá-la [de volta]. Calvino explica:

"E esta é a única razão pela qual alguns perseveram até o fim, e outros, depois de começar a caminhada deles, caem. A perseverança é um dom de Deus, que Ele não dá em abundância e promiscuamente a todos [e Calvino refere-se aos que foram chamados, regenerados e tiveram fé!], mas transmite [somente] a quem [e Calvino refere-se aos que foram chamados, regenerados e tiveram fé!] Ele deseja. Se for perguntado como a diferença surge -- por que alguns [e Calvino refere-se aos que foram chamados, regenerados e tiveram fé!] perseveram firmemente, e outros se mostram deficientes em firmeza -- não podemos dar outra razão senão que o Senhor, por Seu poder poderoso, fortalece e sustenta os primeiros, para que não pereçam, enquanto Ele não fornece a mesma assistência a estes últimos, mas os abandona para serem 'monumentos de instabilidade.' " (John Calvin, Institutes of the Christian Religion, trans. Henry Beveridge (Peabody, MA: Hendrickson Publishers, Inc., 2008), 2:5.3.)

Sinceramente, espero que você entenda claramente o que Calvino sugeriu. Deus pode iluminá-lo e fazer com que você deposite sua esperança em Jesus Cristo para a salvação, mas pode decidir não lhe conceder perseverança e, por causa disso, [algum dia antes do fim] você se afastará da fé e da salvação. Que enganação! E por que Deus faz isso? Deus faz isso para fazer de você um 'monumento ou troféu de instabilidade.'
Calvino está usando a mesma linguagem que Agostinho. Este último escreve: "
É, de fato, algo a nos deixar perplexos, e muito perplexos, que a alguns de Seus próprios filhos -- a quem Ele regenerou em Cristo -- a quem Ele deu fé, esperança e amor, Deus não dá perseverança também." (Citado por Laurence M. Vance, The Other Side of Calvinism (Pensacola: Vance Publications, 1999), 58.)

... Calvino também promove um Deus que [cruelmente] provoca, zomba e engana [muitas] pessoas [e Calvino refere-se aos que foram chamados, regenerados e tiveram fé!] dando-lhes o mais leve lampejo de salvação, apenas para [cruelmente] retirá-la delas, deixando-as totalmente desiludidas e envergonhadas – inescapavelmente destinadas ao tormento eterno no inferno. No calvinismo, não há absolutamente nenhuma esperança [com certeza] de salvação final, pois o crente presente não tem idéia se ou não ele é verdadeiramente um dos eleitos. Sim, Deus pode ter iluminado você até a fé [pelo menos você tem certeza de que a tem] em Cristo Jesus, mas não há absolutamente nenhuma esperança de que Ele não vai tirá-la de você no momento seguinte. Pois Deus pode desejar e querer que você seja um 'monumento de instabilidade'.

A citação [3 parágrafos] acima, de Calvino, não foi mero escorregão impensado da caneta [e que ele, depois, esclareceu que não pensava realmente assim]. Mais uma vez, ele escreve: "
Em suma, somos suficientemente ensinados pela própria experiência de que o chamado e a fé são de pouco valor sem a perseverança, a qual, no entanto, não é dom de todos [e Calvino refere-se aos que foram chamados, regenerados e tiveram fé!]." (John Calvin, Institutes of the Christian Religion, trans. Henry Beveridge (Peabody, MA: Hendrickson Publishers, Inc., 2008), 3:24.6.) ... Nem mesmo arminianos alguma vez atribuiriam a final falta de perseverança (ou o final cair) de crentes a um decreto de Deus, tornando-os 'monumentos de instabilidade'. A visão de Calvino sobre Deus tem mais em comum com o Islã do que com o cristianismo ortodoxo. Dr. Ahmad Shafaat [muçulmano] explica: "Por estas razões [semelhantes às de João Calvino e padre Agostinho], um muçulmano é muito cauteloso sobre fazer qualquer declaração categórica sobre o destino final de indivíduos específicos, incluindo ele mesmo. Ele nunca se presume ser uma alma já salva, mas humildemente leva sua vida inteira em um estado de espírito que está entre a esperança e o medo ".

Esperança e medo. O popular autor e professor da Bíblia, Dave Hunt, relata a história de um calvinista que existia da mesma maneira: entre esperança e medo. Hunt escreve:
Al imergiu-se em um detalhado estudo de cada um dos cinco pontos de TULIP. E isso acabou sendo o início de uma queda na fé. . . . Al percebeu que, se tivesse sido eleito para a salvação, só poderia ter sido incondicionalmente e, portanto, completamente separado de qualquer "fé" que ele poderia ter colocado em Cristo. Essa fé teve de ser dada a ele depois que ele foi salvo e não poderia ter envolvido crença de sua parte. Olhando para trás para aquilo que ele tinha uma vez pensado que era uma clara lembrança de responder ao evangelho por simplesmente crer em Cristo, sua confusão só cresceu. ...

O fato de ter lido pelo menos uma [boa] parte, embora não tudo, desse volume imponente e intelectualmente desafiador, 'As Instituições da Religião Cristã', de Calvino, uma vez deram a Al um considerável orgulho [intelectual]. ... Com horror, Al leu o que agora parecia ser um raciocínio sádico:

<<< ... A experiência mostra que os reprobados
[os predestinados por Deus para o inferno] são às vezes afetados [levados à fé] de uma maneira semelhante aos eleitos, [a experiência mostra] que mesmo no próprio julgamento deles não há diferença entre eles. ... Não que eles realmente percebam o poder da graça espiritual e da luz segura da fé; mas o Senhor, para melhor condená-los, e deixá-los sem desculpa, instila em suas mentes um sentido de Sua bondade, tanto quanto pode ser sentida sem o Espírito de adoção.

Ainda assim, é corretamente dito que os réprobados crêem que Deus lhes é propício, na medida em que eles aceitam o dom da reconciliação, embora confusamente e sem o devido discernimento. ... nem eu mesmo [Calvino] nego que Deus ilumina suas mentes a este ponto, para que eles reconheçam Sua graça; mas essa convicção Ele distingue do testemunho peculiar que Ele dá a Seus eleitos a este respeito, para que os reprobados [e Calvino refere-se aos que foram chamados, regenerados e tiveram fé!] nunca obtenham o completo resultado ou fruição [posse e usufruto de vantagem de terem, por um tempo, acreditado que tinham sido salvos]. Quando Ele [Deus] Se mostra propício a eles, não é como se Ele verdadeiramente os tivesse resgatado como uma manifestação desta presente misericórdia. Somente nos eleitos Ele implanta a raiz viva da fé, para que perseverem até o fim.>>>     [John Calvin, Institutes of the Christian Religion, III: ii, 11-12]

"Não há nada que Lhe impeça de dar, a alguns, [somente] um pouco de conhecimento de Seu Evangelho, e, a outros, incutir completamente" [John Calvin, Institutes of the Christian Religion, III: ii, 12] . (Dave Hunt, What Love is This? Calvin’s Misrepresentation of God (Sisters, OR: Loyal Publishing, Inc., 2002), 385, 387, 390, 391.)

O calvinista só pode ter [no máximo] uma [plausível] esperança, sem poder ter a certeza de que é verdadeiramente eleito - uma pessoa a quem o Senhor irá conceder finais perseverança e salvação. Mas não há garantia quanto a esse final. Calvino cita algumas passagens muito tranquilizadoras sobre a salvação daqueles que o Pai deu a Jesus em João 6: 37-39, 10:27-28 e outros lugares. Mas isso somente torna o raciocínio circular: como alguém pode ter certeza de que ele não será aquele a quem Deus não concede perseverança? Embora [perseverança] seja um dom de Deus, certamente não é o dom de todos.

Novamente, em outro lugar, Calvino promove o Deus da Tortura [da Insegurança]:
"Além disso há um chamado especial [o chamado efetivo dos eleitos, em oposição ao chamado geral a todas as pessoas]: Na maioria das vezes, Deus o concede somente aos crentes, quando pela iluminação interna do Espírito Ele faz com que a palavra pregada tome profundas raízes em seus corações. Às vezes, no entanto, Ele comunica-a também àqueles a quem Ele ilumina APENAS POR UM TEMPO, e que depois, em punição justa por sua ingratidão, Ele abandona e fere com maior cegueira." (John Calvin, Institutes, 3:24.8.)


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Traduzido e adaptado de https://soteriology101.wordpress.com/2015/06/25/why-calvinists-cannot-have-assurance/ :
"Calvinistas afirmam que há pessoas que acreditam sinceramente que serão salvas, mas na realidade estão auto-enganadas. Por exemplo, John Piper disse o equivalente a "Você pode abraçar [com todo o seu coração e empenho, o mais puro] sistema teológico, e nem mesmo ter nascido de novo".

Calvinistas acreditam que Deus determina tudo [do melhor ou do pior] que acontece. Portanto, são forçados a dizer que aqueles que são auto-enganados o são porque, ao final das contas, Deus assim o determinou. Se acontecer de você ser um dos indivíduos que Deus tem destinado a [sempre] permanecer em auto-engano, acreditando falsamente [com todo o seu coração] que você está salvo quando na realidade você não está [nunca esteve e nunca estará], então você não poderia saber este fato [que você está auto-enganado] até depois que você mergulhasse na condenação [eterna, do inferno].

Calvinistas afirmam que Deus, pelo Seu [soberano, arbitrário] querer, imutavelmente decreta indivíduos para serem auto-enganados, com o propósito de eles serem objetos da ira divina, a fim de Deus, ao final, trazer a Si mesmo mais glória. Portanto, é impossível a qualquer calvinista consistente ter a certeza de que ele não é um dos escolhidos para este ignóbil propósito.

Acreditar que você se comprometeu e dedicou a Cristo, e teve experiências com Ele em [doce e achegado] relacionamento, não significa nada se Ele não é confiável para com a humanidade em geral. E, uma vez que está provado que Ele [seundo o calvinismo] é capaz e desejoso de decretar que outros [homens] sinceramente acreditem que são salvos, quando eles realmente não o são, então não pode haver garantia de que Ele não está fazendo o mesmo com você. Não há maneira de um calvinista consistente saber se ele foi [por Deus] escolhido para o auto-engano ou para a verdadeira salvação.
"

Hélio de Menezes Silva, maio.2017.
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